5 de agosto de 2010

Origem


As provas da data da sua domesticação ainda são inconclusivas. Sabe-se que o furão doméstico actual descende da doninha europeia, mas ainda resta alguma controvérsia sobre de que espécie de doninha e cruzamento deu origem ao furão doméstico.
Estudos intensivos sobre as diferenças comportamentais entre as doninhas selvagens e os furões indicam que houve realmente uma alteração comportamental. No geral, os furões mostram menos medo do Homem, e menos medo a um ambiente estranho, do que as primas doninhas.
A criação selectiva e presença humana, fez com que o animal se tornasse mais dócil e passível de ser manipulado pelo Homem. Existem, porém, poucas provas que indiquem exactamente quando o furão foi domesticado, e qual foi o seu percurso até se estabelecer.

Existem actualmente várias teorias, pois o seu percurso é difícil de seguir.
Numa teoria, que remonta a cerca de 400 a.C., crê-se que é feita uma referência a um animal que pode muito bem ser um furão, na peça Os Acarnanos, escrita pelo escritor satírico grego Aristófanes. Mais tarde, outras referências a este animal foram escritas pelo naturalista e filósofo grego Aristóteles, na sua obra Historia Animallium, em 350 a.C.. Contudo estas referências são objecto de grande controvérsia, pois os estudiosos acreditam que houve uma má interpretação do grego.

Outra teoria diz que a domesticação do furão aconteceu à 4 mil anos no Egipto, onde muitos dos hieróglifos relatam animais parecidos às doninhas, embora existam muitos outros animais que cabem nessa descrição, tais como o mangusto, usado para caçar cobras, e que é um animal nativo desse país. Mas ainda não foram descobertas múmias de furões, e sabe-se que os egípcios costumavam mumificar tudo.

Existem provas de que os soldados romanos usavam frequentemente os furões para caçarem coelhos, e os furões podem mesmo ter-se espalhado pelo norte Europa durante a expansão do império romano.
Plínio, o Antigo, escreve que em, 6 a.C., Augusto César chegou a enviar furões para as Ilhas Baleares para controlar as pragas de coelhos que lá existiam, e que estavam a devastar as colheitas.
É ainda sugerido que os furões podem-se ter espalhado pela Europa durante as invasões normandas.

Ainda assim, tudo isto levanta muitos problemas aos cientistas que tentam traçar a linhagem do furão, pois a diferença entre o furão e a doninha não é muito evidente, e as provas não são suficientemente claras.

A primeira referência ao furão a ser aceite universalmente, é a do historiador e geógrafo grego Estrabão, na sua obra Geographica, escrita por volta de 20 d.C., descreve que, na Libia, diz-se que há um animal que é criado em cativeiro para caçar coelhos.

Pelo ano de 1200, os furões espalharam-se pela Alemanha e há referências que indicam que foram usados para caçar, pelo imperador Frederico II, em 1245.
Existem histórias que contam que Genghis Khan, o fundador do Império Mongol, pode tê-los usado no Afeganistão em 1221, para caçar coelhos num circuito de caça.

As primeiras referências na Inglaterra, remontam ao ano de 1223 e novamente em 1281, diz-se que existia um caçador que usava furões no Court Real.
Desde então, existe um número crescente de provas na literatura medieval, de furões que eram usados para caçar coelhos, roedores nas casas humanas e também usados na produção de pêlo, embora no século XX isso já não seja tão popular.
Também no século XVIII, era provável que os furões fossem levados para as embarcações, para ajudar no controlo dos ratos. E é igualmente provável que alguns humanos apreciassem os furões simplesmente pela sua companhia.

Em 1758, Carl Lineu, botânico e zoólogo sueco, que elaborou uma nomenclatura binominal de géneros e espécies, atribuiu ao furão a classificação de Mustela Furo, cujos nomes anteriores em latim eram viverra (nome atribuido por Plínio, o Antigo), depois furectus, furetus e furo.

Por volta de 1860, os colonizadores da Nova Zelândia levaram alguns animais para as ilhas, e cujos coelhos constavam nesse grupo, mas dez anos depois, os coelhos começaram a dizimar a paisagem, devido à inexistência de predadores naturais. Em 1879, cinco furões foram lá libertados para tentar controlar a população de coelhos. Mas devido às boas condições e ao clima propício, os furões acabaram por desenvolver colónias selvagens, o que não resultou na erradicação dos coelhos, mas ajudou ao declínio desastroso das aves nativas. A actual estimativa de furões selvagens nestas ilhas é de um milhão.
Também na Austrália, foram introduzidos coelhos, e aconteceu exactamente o mesmo que na Nova Zelândia. Quando os furões foram levados para controlar a população, não conseguiram estabelecer-se e formar colónias, pois o clima não ajudava e tinham predadores, tais como as raposas, gatos selvagens, dingos e falcões.

Apesar do furão ter sido claramente usado para caçar durante milhares de anos, nos últimos tempos tem havido uma diminuição significativa na utilização de furões para caça, controle da população de roedores e produção de pêlo, sendo agora mais comuns como animais de estimação.

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